Entretanto, 59% desse público revelou que nunca recebeu uma oferta, mostrou levantamento da Cover Genius
As pessoas estão mais propensas a contratar seguro pela jornada de compra no e-commerce, apontou o levantamento da Cover Genius e destacado pelo Superintendente Digital & Produtos da Assurant, Luiz Carlos Pires no Insurtech Brasil 2023, evento de inovação em seguros que aconteceu nesta terça-feira, 6, em São Paulo. Porém, 59% dessas pessoas disseram que nunca receberam uma oferta.
No painel “Embedded Insurance na prática e sem hype”, Pires lembrou que a utilização eficiente de dados do cliente é essencial para oferecer a melhor oferta. “Quem vem perguntando muito tem perdido conversões. Hoje, as seguradoras e as fintechs vendem seguros em até três etapas. Os dados já são dessas empresa”.
De acordo com a InsTech London, empresa que produz relatórios em seguros e em gerenciamento de risco em todo mundo, o seguro embutido deve crescer mais de seis vezes até 2030, um salto para US$ 722 bilhões, com a maior parte do crescimento na América do Norte e na China.
O Superintendente Digital & Produtos da Assurant fez uma analogia sobre os dados com metal urânio, que precisa minerar, trabalhar, enriquecer e descartar corretamente. “O simples é muito difícil de fazer, seja na jornada ou na oferta”. Dentro de um cenário no qual três de quatro usuários afirmam que comprariam um seguro pela fintech, o executivo afirmou que o futuro desse modelo de negócio será no formato B2B2C.
“O embedded tem uma força enorme. É preciso ter uma plataforma no meio do negócio, independentemente de ser loja digital ou física. Esse canal dispõe da jornada de compra, de contratação, cotação, envio do bilhete digital, histórico de compra e oferta integrada”, analisou o executivo.
Atualmente, o embedded insurance tem a taxa de conversão de 11%, disse Pires. Além disso, ainda segundo a pesquisa da Cover Genius, 48% das pessoas comprariam mais proteções se tivessem o seguro embarcado na oferta. “O varejo e o e-commerce dispõem de uma jornada mais madura para o embedded insurance”, finalizou.
Debate sobre o futuro do mercado segurador permeou um dos últimos painéis do Insurtech Brasil 2023
Veículos autônomos, crescimento do seguro auto frota, uso inteligente de dados e Insurtechs mais valorizadas são algumas das mudanças que especialistas preveem para os próximos anos no mercado segurador. O painel “Insurtech 2030: quais as tendências de futuro que irão trazer mudanças relevantes para o mercado de seguros”, promovido pelo Insurtech Brasil 2023, reuniu representantes de organizações inovadoras. O evento aconteceu nesta terça-feira, 6, em São Paulo.
Em painel mediado por Henrique Volpi, CEO e fundador da Kakau, o fundador da Brick Seguros, Vinicius Schroeder, analisou que a indústria de seguros opera abaixo do seu potencial. Nesse sentido, é necessário, segundo ele, “reduzir a ineficiência de distribuição, aumentar o volume de dados e colocar mais inteligência na subscrição”.
Olhando para 2030, o executivo espera que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) seja uma incentivadora de inovação e que as Inusrtechs ganhem mais espaço e relevância. “Essas mudanças serão essenciais para a transformação do mercado”, observou Schroeder.
Quem também participou do tema foi Thiago Amorim, Risks and Insurance do Ifood. O executivo vê uma evolução na indústria seguradora, mas confessou que ainda enxerga alguns desafios no setor. “Não existe a possibilidade de uma empresa ter muitos clientes e conseguir escalar seu negócio sem o uso da tecnologia. No mercado segurador ainda sinto essa dificuldade: os colegas começam dizendo ‘não’ para depois entender o negócio”.
Quando chegou no Ifood, Amorim teve a responsabilidade de criar o Seguro de Acidentes Pessoais da empresa e de procurar uma seguradora que pudesse aceitar a transferência de risco. “Em dois meses recebi muitas respostas negativas”, lembrou. Em seguida, o executivo passou uma temporada fora do país e voltou com a proposta pronta.
Se a distribuição e os produtos vão mudar, os riscos também estarão nessa esteira. Na análise do fundador da Brick Seguros, os riscos estão cada vez mais dinâmicos. “O futuro pertence às seguradoras que tiverem a capacidade de se adaptarem. Isso está muito relacionado à tecnologia e a dados. Como consigo acessar dados em tempo real e oferecer na ponta uma oferta de seguros personalizada, adaptada para esses novos cenários e contextos?”, provocou o executivo.
Schroeder usou o exemplo dos carros autônomos, que em pouco tempo, segundo ele, será realidade no mundo inteiro. “Praticamente 100% da frota mundial será autônoma”, projetou. Nesse caso, se hoje a natureza do risco está mais voltada ao perfil do condutor, como adaptar essa nova realidade sem a interferência do motorista? “As seguradoras que vão conseguir aproveitar ao máximo a oportunidade são aquelas que têm capacidade de traduzir os dados de produtos de seguro”, complementou.
Evento que aconteceu nesta terça-feira, 6, em São Paulo, contou com um painel sobre Joint-Ventures, MGA, Partnership e Balcões
A tecnologia no mercado de seguros impulsionou o desenvolvimento de variados modelos de distribuição e de desenvolvimento de produtos. Entre eles estão a Joint-Venture, a MGA, o Partnership e os Balcões. Esse foi um dos temas de discussão do Insurtech Brasil 2023, que no painel contou com a presença de especialistas responsáveis por cases importantes na indústria.
Em um modelo de MGA, a Hero, por exemplo, fechou uma parceria com a Too Seguros em junho de 2022. Em pouco tempo, a Insurtech tornou-se o braço de seguro viagem da seguradora. “Tudo começou muito dentro da Hero e a Too acompanhou. Sem eles o negócio não aconteceria. No começo, é uma grande aposta por parte da seguradora e, por conta disso, a gente decidiu investir no capital regulatório”, contou Raphael Swierczynski, CEO da Hero Seguros.
O executivo destacou que a intenção nunca foi de abrir uma seguradora ou corretora digital. Ele acredita que, enquanto a primeira é engessada, a outra é ágil, mas não dona do produto. “O modelo MGA permite trazer toda jornada para seu controle. A Hero começou com seguro viagem, tratando as dores de precificação, integração e atendimento”.
Na análise de Swierczynski, o modelo MGA dá maior flexibilidade à empresa, permitindo trazer toda a jornada para o seu controle. “A MGA permitiu desenhar produtos, precificar, distribuir, regular e pagar sinistros. De fato fazemos de ponta a ponta, tendo mais capacidade de melhorar a jornada do cliente durante todo o percurso”, contou. “O representante consegue, nesse modelo, abarcar todos os momentos de jornada do produto. Para a seguradora aceitar, você tem que comprovar suas capacidades”, complementou.
Na painel mediado por Marcel Giacon, Diretor de Canais Digitais & Bancassurance da FF Seguros, participou também Alvaro Ximendes, Head de Meios de Pagamento e Soluções Financeiras da KaBuM, e-commerce de tecnologia e games.
A empresa passou a oferecer seguros na sua plataforma para o público gamer e chegou à taxa de conversão de 60% dentro do seu modelo de negócio. “É um modelo nichado, potencialmente grande. Fizemos essa parceria para precificar o produto que faria sentido ao consumidor. O público gamer é antenado, lê as regras e, por isso, é diferente da maioria dos outros segmentos. O modelo amadureceu junto ao parceiro que aceitou segurar esse risco. Esse é o público que mais cresce”, comentou Ximendes.
O Head da KaBuM lembrou também que o ecossistema das empresas como a Magazine Luiza, por exemplo, se complementam ao procurar entender o que tem de oportunidade. “A KaBuM é focada na experiência de jornada, potencializando cliques e facilitando a vida do cliente” concluiu o especialista. Para o futuro, Ximendes planeja trazer novos produtos para esse público.
Para o CEO da Hero Seguros, as empresas que nasceram para ser ágil dão muito mais fluidez para o setor. “O mercado tem se agilizado, mas é completamente inviável achar que uma seguradora consegue ter velocidade na distribuição. A parceria e a colaboração é fundamental”, finalizou.
No Insurtech Brasil 2023, executivos dizem que o open insurance deve impulsionar a utilização inteligente de informações dos consumidores
Trabalhar a qualidade dos dados dos seus clientes é uma das principais preocupações das empresas nesta década. Ao entender melhor os consumidores, as companhias passam a oferecer produtos e serviços mais adequados às necessidades de cada um. No Insurtech Brasil 2023, evento de inovação que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira, 6, tratou desse assunto no painel “Dados na distribuição: como a qualidade dos dados entre distribuidor e segurador pode definir o sucesso da parceria”.
Antes de pensar no open insurance, o mercado deve entender como destravar os produtos que têm baixa penetração. Essa é a análise feita por Bruno Porte, CTO da AXA no Brasil. “Devemos melhorar o momento da oferta, entendendo como é a composição daquele contexto que o cliente está inserido para que seja desenhado um produto da melhor maneira possível”, destacou o executivo.
Para que isso aconteça, segundo Porte, ter uma estruturação de dados é fundamental nas empresas. “Todos precisam comprar esse modelo e começar a trabalhar com os fatos e os dados. Os seguros massificados cresceram bastante assim”, salientou o executivo da AXA.
Na Sensedia, contou Fabio Rosato, Diretor Executivo da empresa, a equipe está atenta sobre como a tecnologia pode impactar no mercado segurador. “É necessário pensar diferente para crescer. A venda digital é mais consultiva, com APIs conectadas e, agora, com o ChatGPT, que nos induziu a uma jornada intensa de estudos dentro da Sensedia”.
Segundo o CTO da AXA, a grande estratégia é saber como utilizar a tecnologia a fim de trazer agilidade, escala e independência na distribuição. “Existem exemplos bem sucedidos no mercado com a utilização das APIs que trazem agilidade na integração com os novos parceiros e que impulsionam o lançamento de novos produtos”, contou.
Com a eficiência no uso das informações, o open insurance passa a fazer sentido. Na visão de Rosato, as companhias seguradoras estão se adequando ao fluxo de conhecimento. “Os dados precisam ser destravados e ter uma fluidez maior. O open insurance traz a qualidade do dado na ponta e um conjunto de experiências é criado”, analisou o especialista.
Embora o open insurance possa trazer grandes mudanças para setor, a implementação dele nas companhias é desafiadora, de acordo com Fabricio Muniz, LatAm Broking Leader Digital Clients Solutions da Aon. “Existe uma grande oportunidade para trabalhar melhor os dados e gerar inteligência para alavancar a operação. O grande desafio é aplicar inteligência a partir disso para que a gente compartilhe essas informações com os demais parceiros com o intuito de melhorar o produto e a oferta”, analisou.
Outro desafio, segundo Muniz, está para o corretor de seguros. “Como trazer as qualidades do corretor presencial para dentro de um modelo digital?”, indagou. “Não é fácil fazer isso, porque o atendimento online passa a ser frio”, concluiu o executivo.
As insurtechs vêm transformando o mercado de seguros e colocando em destaque muitos empreendedores. Alex Korner, da I9AE comandou o painel que reuniu Eduardo Viegas, da Korv Seguradora; Gustavo Galrão, co-fundador e head de underwriting da Latu Seguros, participaram do painel Empreendendo em Seguros: MGA, Seguradoras digitais e novas formas de monetizar em seguro que aconteceu na Insurtech Brasil que aconteceu em São Paulo, no dia 7 de junho.
Eduardo disse que a Korv destacou que a seguradora foi construída com uma dinâmica diferente e uma das vantagens da seguradora é a velocidade no lançamento do produto.
Ele acrescentou que hoje o diferencial é entender que a tecnologia ajuda a levar o seguro para mais pessoas.
“Percebemos que a necessidade de melhorar a experiencia na contratação do seguro seria importante e aí percebemos que a vida do corretor não é fácil. “Ele tem que falar com o cliente, explicar o que é o seguro, falar com a seguradora, enviar a documentação. Vamos cortar esse processo de meses para minutos e até segundos”, assegurou.
Gustavo Galrão disse que na Latu percebeu-se a importância de agregar serviços. “Para nós, a distribuição é fundamental; buscar parcerias para distribuição faz sentido e é benéfico para nossos negócios”, ressaltou.
Para o representante da Korv, nenhum negócio é longevo se não for monetizável. “O produto precisa ser relevante para ao cliente e para o mercado”, sentenciou.
Ele revelou que na Korv, a maior preocupação é que a sustentação do legado não limitasse o uso ou criação de novas tecnologias. “A maior dificuldade de grandes empresas é que o investimento em tecnologia está como ativo intangível”, disse.
Para Gustavo, a maioria das seguradoras e insurtechs vêm trabalhando no processo de especialização. “Percebe-se que as seguradoras tentam trabalhar um produto específico enquanto as insurtechs já nasceram assim nesse papel. A MGA entra com uma capacidade mais ampla para as seguradoras que vêm trabalhando a especialização”, definiu.
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