Uso de dados é essencial para aumentar a distribuição de seguros, afirmam especialistas
No Insurtech Brasil 2023, executivos dizem que o open insurance deve impulsionar a utilização inteligente de informações dos consumidores
Trabalhar a qualidade dos dados dos seus clientes é uma das principais preocupações das empresas nesta década. Ao entender melhor os consumidores, as companhias passam a oferecer produtos e serviços mais adequados às necessidades de cada um. No Insurtech Brasil 2023, evento de inovação que aconteceu em São Paulo nesta terça-feira, 6, tratou desse assunto no painel “Dados na distribuição: como a qualidade dos dados entre distribuidor e segurador pode definir o sucesso da parceria”.
Antes de pensar no open insurance, o mercado deve entender como destravar os produtos que têm baixa penetração. Essa é a análise feita por Bruno Porte, CTO da AXA no Brasil. “Devemos melhorar o momento da oferta, entendendo como é a composição daquele contexto que o cliente está inserido para que seja desenhado um produto da melhor maneira possível”, destacou o executivo.
Para que isso aconteça, segundo Porte, ter uma estruturação de dados é fundamental nas empresas. “Todos precisam comprar esse modelo e começar a trabalhar com os fatos e os dados. Os seguros massificados cresceram bastante assim”, salientou o executivo da AXA.
Na Sensedia, contou Fabio Rosato, Diretor Executivo da empresa, a equipe está atenta sobre como a tecnologia pode impactar no mercado segurador. “É necessário pensar diferente para crescer. A venda digital é mais consultiva, com APIs conectadas e, agora, com o ChatGPT, que nos induziu a uma jornada intensa de estudos dentro da Sensedia”.
Segundo o CTO da AXA, a grande estratégia é saber como utilizar a tecnologia a fim de trazer agilidade, escala e independência na distribuição. “Existem exemplos bem sucedidos no mercado com a utilização das APIs que trazem agilidade na integração com os novos parceiros e que impulsionam o lançamento de novos produtos”, contou.
As companhias estão preparadas para o Open Insurance?
Com a eficiência no uso das informações, o open insurance passa a fazer sentido. Na visão de Rosato, as companhias seguradoras estão se adequando ao fluxo de conhecimento. “Os dados precisam ser destravados e ter uma fluidez maior. O open insurance traz a qualidade do dado na ponta e um conjunto de experiências é criado”, analisou o especialista.
Embora o open insurance possa trazer grandes mudanças para setor, a implementação dele nas companhias é desafiadora, de acordo com Fabricio Muniz, LatAm Broking Leader Digital Clients Solutions da Aon. “Existe uma grande oportunidade para trabalhar melhor os dados e gerar inteligência para alavancar a operação. O grande desafio é aplicar inteligência a partir disso para que a gente compartilhe essas informações com os demais parceiros com o intuito de melhorar o produto e a oferta”, analisou.
Outro desafio, segundo Muniz, está para o corretor de seguros. “Como trazer as qualidades do corretor presencial para dentro de um modelo digital?”, indagou. “Não é fácil fazer isso, porque o atendimento online passa a ser frio”, concluiu o executivo.